terça-feira, 23 de junho de 2015

HISTÓRIA DE CAMBÉ NA FOLHA DE LONDRINA

FOLHA DE LONDRINA


Viagem histórica pelos caminhos de Cambé

Passeio cultural leva alunos para conhecerem lugares históricos e, assim, valorizar e proteger o patrimônio da cidade

Fotos: Saulo Ohara
Maquetes de casas no museu histórico impressionaram as crianças
Igreja Matriz integra a parte final do roteiro, assim como o Fórum, Estádio José Garbelini e Porto Seco
No Parque Histórico Danziger Hof, fundado em 1995, está a casa da família Tkotz, inteiramente transportada para o local
Há pouco mais de três anos, alunos do quarto ano da rede municipal de Cambé estão conferindo presencialmente o que foi ensinado em sala de aula sobre a história da cidade. O projeto "Viagem Histórica Pelos Caminhos de Cambé", desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação, realiza passeios culturais para que os estudantes sejam agentes multiplicadores da valorização e proteção do patrimônio histórico, cultural e natural do município. Quase todas os dias, um ônibus sai com uma turma percorrendo vários locais para que as crianças possam ver tudo aquilo que ouviram falar. Este ano, 53 turmas de 17 escolas vão participar do passeio. 



Segundo a assessora pedagógica Rosemeire Lopes Pereira, para preservar a cidade é preciso, antes de tudo, conhecê-la. "O projeto propicia que os alunos tenham uma aula diferente tendo contato, portanto, com fontes históricas como pinturas, desenhos, construções, fotos e objetos da história de Cambé. Dessa forma, estão ampliando seus conhecimentos, pois passam a compreender a realidade, valorizar o espaço público e, assim, atuar na transformação do meio social. Em resumo, essa vivência estimula que os alunos sejam cidadãos críticos e responsáveis." 




A FOLHA acompanhou uma turma da Escola Municipal Lourdes Gobi Pereira na última semana. O passeio começou com os alunos passando pela Secretaria Municipal de Educação, que atualmente está localizada junto aos galpões do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC). Lá, eles puderam ver onde ficavam guardadas as sacas de café - principal cultura e economia da cidade antes da geada negra de 1975 - e os trilhos da linha férrea, que passava dentro dos galpões para o abastecimento de sacas. Em seguida, pelo traçado urbano de Nova Dantzig que compreende os edifícios da Santa Casa, Cemitério Municipal e Casa de Velório Municipal. 




Mais alguns metros e avistaram o Parque Zezão, Câmara Municipal de Vereadores, Estação Ferroviária e, finalmente, chegaram à Prefeitura, onde há uma parada para um encontro com o prefeito em exercício, João Pavinato. Lá, num bate-papo, puderam saber como o prefeito gerencia a cidade desde seu primeiro mandato em 2008 e receber orientações de cidadania. "Hoje, eu e os funcionários da prefeitura estamos cuidando da cidade. Em breve, vocês estarão no nosso lugar", disse Pavinato. 




O tour seguiu para o Centro Cultural de Cambé, onde estão o Museu Histórico e Biblioteca Municipal. Interessadas pelos objetos antigos, sobretudo as maquetes de casas históricas e os utensílios que foram encontrados recentemente num sítio arqueológico descoberto na região, as crianças olhavam com curiosidade cada peça. A professora Paula Regina Santi disse que os alunos ficaram muito entusiasmados em ver os "achados" do sítio que ouviram falar em aula. "A vontade era de ir até lá, mas poder ver esses objetos já é uma grande oportunidade. Com toda certeza, relacionar o conteúdo teórico com experiência empírica eleva a assimilação do conhecimento." 




De lá, foram para o Parque Histórico Danziger Hof, fundado em 1995, local que está instalado numa área que abrange a Colônia Neu Danzig. No parque, estão as casas das famílias Tkotz, inteiramente transportada para o local, e da família Zifchak, que foi construída com madeira de apenas uma peroba. "Antes de Cambé, a cidade chamava-se Nova Dantzig, nome que foi escolhido pela Companhia de Terras, que previu para a nossa região a vinda de uma grande número de pessoas de Danzig, porto de acesso da Polônia. Na década de 40, por causa da Segunda Guerra Mundial, passou a chamar Cambé, nome de um Ribeirão que banha o município. O nome origina-se da língua tupi (Caá significa mata, árvore e mbê raízes aéreas)", explica a professora. O roteiro incluiu ainda o Estádio José Garbelini, Porto Seco e Marco Zero, com a Igreja Matriz e Fórum. 




A etapa seguinte do projeto visa estabelecer relações com o que os alunos viram no decorrer do passeio, com os conteúdos de História e Geografia. Após estudos em sala de aula, haverá a proposição do trabalho "Cambé: em cada canto, um encanto", na qual os alunos irão elaborar diversas produções, como maquete, cordel, postal, histórias em quadrinhos, entrevistas, poemas, paródias, croqui e mapa, entre outros. Essa etapa tem o objetivo de priorizar a aquisição do conteúdo e a integração das diferentes áreas do conhecimento. Além do quarto ano, o projeto também engloba a sistematização do conteúdo "Natureza e Sociedade", nas turmas de Educação Infantil.


Marian Trigueiros


Reportagem Local

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